Capa do livro-reportagem/ designer Vando Costa
A obra propõe-se a contar a história das rádios-postes Amazônia Beira Rio e a Voz Comunitária de Parintins por meio do
resgate histórico, das memórias orais e bibliográficas de quem vivenciou os
principais serviços de rádio por alto-falantes, que perduraram durante a
construção da cidade de Parintins enquanto sua formação urbana nas décadas de
30 até os dias atuais, validadas por fotografias emblemáticas da época.
Neste caso, a narrativa abordada nesta obra se faz por meio das rádios-postes,
conhecidas no Baixo Amazonas como Vozes,
e em todos os capítulos deste livro serão assim identificadas. Esses meios de
entretenimento muito serviram e continuam a contribuir com a comunicação
parintinense, apesar do curto alcance. Funcionam em sistema de alto-falantes,
de baixa potência, atingindo apenas alguns quilômetros, não sendo ouvida por
todos.
Cicilia Peruzzo (2010) afirma que a rádio de alto-falante é uma
modalidade de rádio comunitária, conhecida popularmente como rádio-poste ou
rádio-corneta. Transmite as mensagens por meio das bocas de alto-falantes e
caixas amplificadas de som. São instaladas geralmente em postes de iluminação
pública, árvores ou torres de igreja. (PERUZZO, 2010)
Milton
Jung (2011), no livro Jornalismo de
Rádio, relata a transmissão artesanal feita por esse serviço, e de como
chegava aos receptores um veículo sonoro que encantou Roquete-Pinto (um dos
primeiros a trabalhar com radiojornalismo) ao ver pela primeira vez o
funcionamento de um alto-falante.
Paulo Lobato Teixeira (2007) destaca
que os serviços de alto-falantes foram e ainda estão presentes na Amazônia
profunda. Nas zonas rurais do estado do Amazonas, os serviços de alto-falantes
não apenas existem como são fundamentais para a região.
Atualmente, na cidade de Parintins restaram
poucos serviços de alto-falantes. É interessante pontuar que os cones de ferro,
principais coadjuvantes desse sistema, que existem desde o início da cidade e perduraram
até os dias atuais, continuam a fazer parte do cenário comunicacional de
Parintins, mudando apenas de nomes, mas mantendo as mesmas características e
englobando os serviços variados por meio de avisos, propaganda e campanhas de
consciência ambiental.
Uma das motivações para a realização da pesquisa que culminou neste livro
remonta à minha infância, preenchida pelas Vozes
desde os tempos áureos de escola, na minha amada terra natal, o distrito de
Mocambo do Arari, zona rural de Parintins. Como não lembrar, pontualmente, ao
meio dia e trinta, horário do Jornal da
Amazônia, quando a Voz Talismã,
situada na residência do professor Carlos Cid, entrava em cadeia com a Rádio Alvorada, e minha mãe alertava-me
que já estava na hora de eu ir para aula?
Durante as manhãs, os avisos de reuniões da escola e da comunidade eram
veiculadas na Voz de Juscelino, e ao lado da Escola Santa
Maria, onde dei os primeiros passos na vida escolar, ainda recordo-me dos
lembretes e as músicas durante o recreio e no término das aulas, ecoados pela Voz.
No final da tarde, dirigindo-se para a noite, lá estavam os alto-falantes
da Voz Talismã, novamente embalando
as músicas de Chico da Silva e Roberto Carlos, certamente servindo de relógio
para os estudantes do horário noturno.
Por meio deste resgate memorial,
desejo a todos uma ótima viagem ao passado e uma agradável leitura!
O livro contém cinco capítulos |
Orientadora professora dra. Karliane Nunes Macedo Foto: José Brilhante |
Banca avaliadora professores doutores: Gerson Andrade, Karliane Nunes e Maria Audirene Cordeiro Foto: José Brilhante |
O livro ainda não foi lançado. Está disponível para recebimento de patrocínios!
Contato: (92)994070614 Aldair Rodrigues
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