Bem vindo ao Mural Das Narrativas!!
Aqui você vai encontrar histórias inspiradoras, por meio das mais diversas narrativas.
Inspire-se! Conheça! Comente! Compartilhe e tenha uma agradável leitura!
Os jovens assinarão contratos com as empresas multinacionais Nintendo, PlayStation e NintendoDs
O game Bumba-Boi, criado pelos jovens empreendedores da B3 Game Studio, Jean Brandão, (24), Luca Braña, (24) e Júnior Macedo, (22), foi o vencedor do concurso nacional Game Jam. O resultado saiu no último sábado, 19. A competição é organizada pela agência Fábrica de Jogos de São Paulo.
O evento ocorreu no período de um mês, com o desafio de criar uma aplicação executável, com tema elaborado pelos organizadores. Segundo os concorrentes, as equipes foram distribuídas para trabalharem em casa, devido à pandemia, o que dificultou o processo, mas com a acessibilidade digital foi possível fazer o projeto via live e as reuniões pelas redes sociais.
“Confesso que estávamos confiantes, mas com receio de não termos chances de vencer dos concorrentes de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife. Então tivemos o resultado da vitória, arrancando inúmeros elogios dos jurados por divulgar a nossa cultura, fazendo um jogo totalmente original”, afirma Jean Brandão.
O projeto surgiu no início de 2020 e a elaboração durou cerca de quatro meses. O jogo enfatiza a cultura dos bois de Parintins, os pontos turísticos da cidade por meio da animação digital, além da introdução do ritmo totalmente regional, a toada. “Por termos estudado música, essa parte foi até bem rápida. Criamos um ritmo bem regional, para que ambos os torcedores da cidade se identificassem”, assegura Júnior Macedo.
A premiação, etapa final do concurso, são os contratos assinados com as empresas multinacionais, Nintendo, PlayStation, NintendoDs, ambas disponibilizarão o jogo nas plataformas mobile e console.
Avaliação dos jurados da Game Jam/ Arquivo: B3 Game Studio
Integrantes do coletivo Buriti Quadrinhos de Parintins
Foto: Arquivo Buriti
A
arte de narrar histórias sequenciadas por meio de desenhos e textos.Conceito simples que define as Histórias em Quadrinhos
(HQ). A modalidade é antiga, mas sobrevive criativamente, repleta de traços,
expressões e críticas sociais.
Segundo
a pesquisadora Laura Aidar em matéria para o site todamateria.com.br, as
histórias em quadrinhos têm como elementos básicos das narrativas: enredo,
personagens, tempo, lugar e desfecho. Nas pesquisas de Laura, a primeira
história com essas características foi publicada nos EUA em 1894, na revista Truth, pelo americano Richard Outcault.
De
acordo com a matéria, no Brasil, a primeira revista em quadrinhos foi
intitulada de “O Tico-Tico”, criada pelo artista Renato de Castro, publicada em
1905 pelo periódico O malho.
Além
desses artistas, nomes como o do cartunista Ziraldo (A turma do Pererê),
Maurício de Souza (Turma da Mônica), o cartunista argentino Quino (Mafalda) também revolucionaram a
arte dos quadrinhos.
Em
Parintins-Am essa arte ainda surge timidamente. O coletivo Buriti Quadrinhos de
Parintins embarcou na modalidade e têm acrescentado o leque artístico da região,
tendo como principal referência, o boi-bumbá. Levi Gama, idealizador do projeto
conversou com o Mural das Narrativas e compartilha toda a trajetória do grupo.
Mural das Narrativas: Quando
e como surgiu o coletivo?
Levi Gama/ Buriti Quadrinhos
de Parintins: Surgiu dia 12 de março de 2019, idealizado
por mim, Levi Gama e minha noiva Rafa Pimentel. A ideia do coletivo iniciou por
meio do amigo parintinense, quadrinista do Maurício de Souza, Romahs
Mascarenhas. Romahs veio em Parintins, por volta de 2018, ele realizou uma
oficina de cartoon, no qual
participamos e partiu disso a ideia de querer montar algo parecido. Em 2019, viajamos
para Manaus, e conhecendo esse ramo de perto, com toda a organização e valorização
de como é trabalhada, aumentou mais ainda a necessidade de criar o coletivo.
O desenhista Levi Gama e a roteirista Rafa Pimentel do coletivo
Foto: Arquivo Buriti
M. N: Como é definida a técnica
artística utilizada no projeto?
Levi. B. Q: O
quadrinho possui quatro bases principais: o cartoon,semi-cartoon, comix, mangá. Os meus
quadrinhos seguem uma linha de semi-cartoon,
que é entre o realista e o cartoon, as
vezes a anatomia, a estrutura do personagem é um tanto que real, só que a
expressão do personagem é caricata.
Como
todo o universo artístico, entender o que se está criando é fundamental. Os
precursores das HQs buscaram uma sistematização em torno das técnicas que eles
mesmos utilizaram. Sobre isso, Levi acrescenta que, “por volta de 1895 a 1930,
os artistas que, produziam tirinhas, faziam sem crítica alguma, não debatiam o
que produziam. Nesse tempo da história ainda não tinha o termo técnico para definir
essa arte. Tudo mudou quando um cara chamado Will Eisner, o criador do personagem Spirit, além de produzir quadrinhos, passava a criticar o que
produzia. Então vem dele o termo técnico das histórias em quadrinhos que, seria
a arte sequencial”, diz.
De
acordo com as pesquisas de Levi, por volta de 2009/2010, Scott McCloude, se utilizou de outro termo
técnico para definir essa arte, chamando-as de Artes pictóricas e outras justapostas
em sequencias deliberadas.
M. N: Qual o significado do
nome Buriti para o coletivo?
Levi. B. Q: O
termo buriti, vem do tupi, significa árvore da vida. Antes de encontrarmos esse
nome, o nosso objetivo era achar um nome de fácil compreensão, e que as pessoas
conseguissem guardá-lo, igual música sertaneja, saca? E não só isso, mas que
explorasse um pouco das nossas raízes culturais, das nossas raízes caboclas. O
que nos encantou realmente foi o significado do nome e, acabamos associando
isso ao próprio processo de criação do grupo. Porque iríamos entrar em algo
que, nenhum de nós tinha experiência. Minha noiva e eu não somos artistas com
grande atuação no mercado, então era um começo. O nome tinha total ligação com
que estávamos passando, como uma semente que nasce e aos poucos vai brotando,
até ter frutos, assim como uma árvore. E o buritizeiro é uma das maiores
palmeiras do Amazonas e tudo dessa árvore é aproveitável.
M. N: Qual o objetivo da
equipe Buriti?
Levi. B. Q: Fomento
e incentivo à produção das histórias em quadrinhos no município de Parintins. Dar
visibilidade àqueles artistas que não tem, por terem outra ramificação
cultural, outra identidade artística diferente do que é mais comum aqui na
cidade.Já faz um tempo atrás que,
acontece certo desenvolvimento dessa área no Amazonas, basicamente em Manaus.
Então vimos a necessidade de termos também esse aumento aqui em Parintins. Uma
cultura não muito conhecida pelas crianças e adolescentes. Então queremos criar
um mercado aqui, não só de histórias em quadrinhos, como Marvel, Dc Comics, produções norte-americanas. Queremos criar um
hábito de leitura, de desenvolvimento cultural de valorização das produções
locais, dos artistas locais, onde o parintinense se interessa a comprar
revistas que enfatizem o próprio cotidiano. E acabe se identificando com as
histórias. Não queremos substituir a cultura da pintura na tela, do desenho
artístico, do que vemos no boi-bumbá. Queremos agregar valores, conhecimentos e
culturas.
M. N: Algumas dificuldades
no início. Quais?
Levi. B. Q: Tivemos
várias dificuldades e ainda enfrentamos. Primeiramente tivemos um receio de sermos
interpretados de outra forma, e sermos vítimas de uma atmosfera de preconceito
em relação a nossa proposta, ao nosso estilo de trabalho. Então, por Parintins
já ter uma linguagem propriamente dita, ficamos receosos com os artistas e o
público, sobre a possibilidade de não nos entender. E foi uma preocupação forte
que, até nos impedia de querer construir o coletivo. Esperamos um pouco e
depois vimos que fomos bastante acolhidos, gostaram realmente do coletivo.Tivemos algumas desavenças em alguns pontos,
mas foi bom. Nosso intuito não é mudar o pensamento e estilo de ninguém, trabalhamos
muito com agregação. Outra dificuldade que tivemos, foi a parte financeira. A
maioria dos integrantes não tem uma vida financeira estável, são de família
humilde. Não tínhamos dinheiro para investir. Então tivemos que pedir ajuda,
não obtivemos muita resposta positiva. Os que nos ajudaram não foram políticos,
nem da cultura. Foram pessoas comuns, professores, parentes, amigos. Mas isso
faz parte, acredito que, todo o coletivo enfrenta. Infelizmente há uma visão
preconceituosa também de muitos, por não considerarem essa arte como um
trabalho. Mas ainda assim, há o retorno bom de crianças, de adolescente e, isso
é um dos motivos de continuarmos.
M. N: Algumas exposições
realizadas? Se não tem, pretendem expor algum dia?
Levi. B. Q: Participamos
de três exposições. A primeira intitulada de “O Amazonas Plural”. Reuniu vários
artistas iniciantes, já atuantes no mercado. Fizemos parte como iniciantes. O
evento aconteceu na Usina Chaminé, em Manaus. Outra exposição foi no evento do
Coletivo Ajuri, na Casa das Artes, em Manaus. A mais recente foi na exposição
“Nosso lixo de cada dia”, ocorrido em Parintins. Participamos apresentando uma
página de quadrinhos emoldurada. Foi uma experiência ótima. No momento foram as
únicas, mas tenho muita vontade de expor fora também do Amazonas, para outros
cenários.
M. N: Quais as inspirações
artísticas?
Levi. B. Q: Bom.
Aqui [Parintins] não se vê bancas de revistas com esse conteúdo. Pouca
referência para o artista que quer fazer quadrinho em Parintins. Pesquisando, conheci
o trabalho do artista Frank Miller,
criador do “Batman, O cavaleiro das Trevas”, e serviu muito de inspiração no
início. Outra referência é o Mike Mignola,
quadrinista criador do Hellboy. Ele é
muito conhecido pelos traços e o expressionismo das histórias em quadrinhos.
Hoje em dia, o artista que eu mais tenho como referência é o kim Jung gi, ele não é exatamente um
quadrinista, mas já fez quadrinho, trabalha mais com ilustração. Fora esses têm
os artistas do Brasil como o Marcelo D’ Salete, ganhou o prêmio Eisner, um dos artistas que nos fazem
sentir orgulho de ser brasileiro. Pedro Cobiaco, Shiko, o cearense Netho Diaz,
tem obras lindas, é uma inspiração não só como artista, mas como pessoa.